Nos últimos anos, a ciência tem revelado um entendimento mais profundo sobre a relação entre inflamação e doenças crônicas. A inflamação, uma resposta natural do sistema imunológico, é essencial para a defesa do organismo contra infecções e lesões. No entanto, quando essa resposta se torna crônica, pode desencadear uma série de problemas de saúde.

A inflamação é o processo pelo qual o corpo responde a uma agressão, seja ela uma infecção, lesão ou toxina. Quando o corpo detecta um invasor, o sistema imunológico libera substâncias químicas que aumentam o fluxo sanguíneo para a área afetada. Isso causa calor, vermelhidão, inchaço e dor, sinais clássicos da inflamação aguda.

Essa resposta é crucial para a cura. No entanto, quando a inflamação persiste por longos períodos, mesmo na ausência de uma ameaça real, ela se torna crônica. A inflamação crônica é silenciosa e pode durar meses ou anos, levando ao desgaste dos tecidos e contribuindo para diversas doenças.

Pesquisas indicam que muitas doenças crônicas têm um componente inflamatório significativo.

Doenças Cardiovasculares: A inflamação crônica desempenha um papel crucial na aterosclerose, o acúmulo de placas nas artérias. Essas placas podem romper-se e causar ataques cardíacos ou derrames.

Diabetes Tipo 2: A inflamação crônica está associada à resistência à insulina, um precursor do diabetes tipo 2. O tecido adiposo, especialmente em excesso, libera substâncias inflamatórias que podem interferir no metabolismo da glicose.

Doenças Autoimunes: Condições como artrite reumatoide, lúpus e esclerose múltipla são caracterizadas por uma resposta inflamatória exagerada, onde o corpo ataca seus próprios tecidos.

Doenças Neurodegenerativas: A inflamação crônica no cérebro está ligada a doenças como Alzheimer e Parkinson. A neuroinflamação pode contribuir para a degeneração dos neurônios e a progressão dessas condições.

Câncer: A inflamação crônica pode promover mutações no DNA e estimular o crescimento de tumores. Certos tipos de inflamação crônica estão fortemente associados a cânceres específicos, como o câncer de cólon.

Vários fatores podem desencadear ou agravar a inflamação crônica:

  • Alimentos processados, ricos em açúcares refinados, gorduras trans e carboidratos simples, podem promover inflamação;
  • Sedentarismo, a falta de atividade física regular está associada ao aumento da inflamação;
  • Estresse, o estresse crônico pode aumentar a produção de substâncias inflamatórias no corpo;
  • A privação de sono e a má qualidade do sono estão ligadas ao aumento da inflamação. Dormir bem é essencial para a recuperação e a manutenção da saúde imunológica;
  • Tanto o tabaco quanto o consumo excessivo de álcool são conhecidos por aumentar os níveis de inflamação no corpo.

Reconhecer os sinais de inflamação crônica e buscar diagnóstico e tratamento precoces é crucial para prevenção de doenças. Exames de sangue podem detectar marcadores inflamatórios, como a proteína C-reativa (PCR), ferritina, VHS, homocisteina dentre outros.

A inflamação é uma resposta natural e essencial do corpo, mas quando se torna crônica, pode ser o ponto de partida para uma série de doenças graves. Compreender os fatores que contribuem para a inflamação crônica e adotar um estilo de vida saudável são passos fundamentais para prevenir doenças e promover a longevidade. Cuidar do corpo e da mente de forma holística e integrativa pode ser a chave para uma vida longa e saudável, livre das garras da inflamação crônica.

Dra. Eliane Cervantes

Dra. Eliane Cervantes
(Médica Nutróloga – Clínica TopBody)

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