A Prévia do Censo 2022, divulgada no início do ano, segundo a qual Jales seria a cidade do eixo da Rodovia Euclides da Cunha que menos cresceu em termos populacionais nos últimos 12 anos causou um indisfarçável mal estar em quem acreditava em números melhores.
Como foi comentado nesta mesma coluna antes da Prévia do Censo, calculava-se , com base em parâmetros da Sabesp, que uma cidade que tem 22 mil domicílios com água e esgoto, portanto habitados, cada um, em média, por 2,9 pessoas, teria, no mínimo, 53 mil habitantes.
Isto sem contar que nos últimos anos, 30 novos bairros foram implantados nos quatro cantos da cidade o que, em tese, significaria crescimento.
Por esta razão, quando o IBGE divulgou que Jales ganhara apenas1.754 habitantes em 12 anos, passando de 47.012 para 48.766, a reação foi negativa, a começar do prefeito Luis Henrique dos Santos Moreira (PSDB) que, em entrevista a este jornal, se declarou completamente surpreso.
Um outro texto, de cunho acadêmico, de autoria do professor de
Geografia Eduardo Britto, com mestrado no currículo, docente do Colégio e Cursinho Objetivo de São Paulo, ofereceu abordagem ampla sobre Censo, IBGE, metodologias, etc.., e, em larga medida, serviu para iluminar a polêmica e amenizar o baixo astral.
Como muitos sabem, além da bagagem acadêmica, o professor Britto , no início da carreira, foi secretário de Planejamento da administração do prefeito Humberto Parini e conhece a cidade desde sempre, pois é nascido e criado em Jales.
Para ele, o não crescimento da população não significa que Jales não se desenvolveu. Ao contrário, conquistou estrutura sólida em áreas como educação e saúde.
Pelo sim ou pelo não, é preciso que as lideranças tirem o pé do chão. A propósito, segundo o Estadão, a gestão do governador Tarcísio de Freitas quer aumentar a participação de municípios do interior no PIB paulista. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, as regiões metropolitanas da capital e de Campinas concentram 7l,5% das riquezas.
O secretário Jorge Lima trabalha na criação de 16 “coalizações empresariais” para cada região administrativa do Estado. Os grupos vão elaborar propostas de fomento das economias locais com o objetivo de atrair investidores.
Ainda de acordo com a mesma fonte não está descartada a oferta de subsídios para atrair empreendedores para cidades menores.
Como quem chega primeiro bebe água limpa, é hora do poder público de Jales preparar um plano estratégico e se credenciar para tirar partido deste instigante projeto de desenvolvimento.

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