Ontem, 15 de abril, Jales completou 82 anos de fundação, com direito a muita festa e até bolo de aniversário distribuído a grandes e pequenos.
Embora o momento comporte festas —e festa não faz mal a ninguém; pelo contrário é um santo remédio— vale lembra que passado o momento de descontração, a vida continua.
Como cantou Chico Buarque em Apesar de Você, “amanhã vai ser outro dia” e, nesta medida, não custa nada refletir sobre que tipo de cidade legaremos a nossos filhos e principalmente nossos netos.
Quanto aos netos, todos sabem que eles só permanecerão aqui caso lhes sejam dadas condições adequadas de escolaridade a partir das quais possam auferir rendimentos suficientes para suprir as famílias que formarem.
Se no primeiro momento tal linha de raciocínio possa parecer coisa de intelectualóide, de gente metida a besta, a questão é bem outra. Basta pensar grande.
E, neste caso específico, pensar grande não significa pretender transformar uma cidade de 50 mil habitantes em uma metrópole, mas dotá-la dos instrumentos necessários que redundem na tão almejada qualidade de vida.
Uma corrente de arquitetos e urbanistas europeus, por exemplo, defende a ideia de que uma cidade com população de até 80 mil habitantes, desde que tenha o aparato necessário para oferecer aos munícipes, é a ideal.
Para tanto, tal cidade ideal deve ter boa estrutura de saúde, educação, moradia, saneamento básico, oferecendo ainda, de quebra, atrações artístico-culturais e espaços de entretenimento.
É difícil? Para o caso específico de Jales, nem tanto. Basta aparar algumas arestas e/ou investir em ideias inovadoras que possam contribuir para o chamado passo à frente.
Ir além da mesmice exige esforço e desprendimento. Foi assim que jalesenses idealistas conseguiram criar as condições necessárias para implantação da Estação Experimental de Viticultura Tropical da Embrapa, referência nacional em pesquisas para regiões de climas assemelhados (ver comentário na página 5 deste caderno).
Também foi no peito, na raça e na união que, há 13 anos, sensibilizada com diferenciado movimento comunitário, a Fundação Pio XII, mantenedora do Hospital de Câncer de Barretos, hoje Hospital de Amor, fincasse raízes aqui, atendendo pacientes do país todo.
Não será surpresa para este jornal se outra conquista de repercussão nacional se tornar realidade em breve— o Centro de Tratamento de Doenças Raras, em área de 54.900 metros quadrados já doada pelo Jales Clube à Casa Hunter, entidade humanitária sem fins lucrativos, de renome nacional.
Tudo isto sem contar que a cidade tem 100% de água e esgoto tratados, algo compatível só com as mais importantes cidades do Primeiro Mundo.
Feliz aniversário, Jales!

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