OLHO MECÂNICO – A disputa voto a voto entre Jair Messias Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva decidida pela vantagem de apenas 1,8%, não foi novidade para jalesenses com 50 anos. Em 1988, o veterano José Antonio Caparroz (PDS) e o jovem José Devanir Rodrigues (MDB) disputaram a Prefeitura de Jales e a diferença foi de apenas 1,57% a favor do primeiro, algo em torno de 350 votos.

ESTICA E PUXA – A liminar concedida pelo desembargador Moacir Peres, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela Prefeitura de Jales questionando a eficácia da Lei Complementar 356/22, que revogou a cobrança da taxa do lixo e outras duas contribuições, está longe do fim do imbróglio. Advogados ouvidos pela coluna garantem que a decisão é provisória e que a Câmara Municipal de Jales deverá ser ouvida pelo TJ.

ESTICA E PUXA (2) – A defesa da edilidade jalesense, que aprovou o Projeto de Iniciativa Popular, objeto de contestação, está sendo feita pelo procurador jurídico Rodrigo Murad Vitoriano, em nome do presidente da casa, Bismark Kuwakino.

MUNIÇÃO – Até onde se sabe, uma das armas para inviabilizar as pretensões da Prefeitura é a série de decisões do Juizado Especial Cível, Criminal e da Fazenda Pública da Comarca de Jales, prolatadas pelo juiz Fernando Antonio de Lima, e convalidadas nas várias turmas do Colégio Recursal, dando provimento a ações propostas por contribuintes inconformados.

DEGOLA- Um dia após a proclamação oficial do resultado da eleição presidencial, algumas cabeças rolaram no universo da mídia. Para surpresa de ouvintes e telespectadores que identificavam a rádio Jovem Pan e a TV Jovem Pan News como os veículos mais bolsonaristas do país, o empresário Antonio Augusto Amaral de Carvalho, dono do grupo, demitiu seis jornalistas de primeira linha.

LISTÃO – Segundo relato do jornalista Renato Feltrin, do portal UOL, perderam os empregos seis jornalistas: Caio Coppolla, Augusto Nunes, Guilherme Fiuza, Guga Noblat, Maicon Mendes, Carla Ceato e Cristina Graeml. Todos eles, em alguma medida, adotaram linha editorial favorável a Bolsonaro.

CABEÇAS COROADAS – A primeira demissão a ser divulgada foi a do comentarista Caio Coppola. Desde novembro passado, ele fazia participações no canal pago JP News. Já Augusto Nunes, contratado em 2016 para atuar no rádio, também migrou para a tevê onde apresentava o programa “Os pingos nos Is”. Ele estava afastado desde a semana passada após descumprir ordem do TSE em relação a declarações sobre Lula. Segundo a direção do grupo, a demissão foi de comum acordo com Nunes.

PINGOS NOS IS – Outro do mesmo programa demitido por Tutinha foi Guilherme Fiuza. Ainda na tarde do dia 1º, Guga Noblat afirmou via Twitter que foi demitido da Jovem Pan. O jornalista era um dos comentaristas do programa “Morning News”. Repórter e apresentador, Maicon Mendes foi demitido e disse que seu rigor jornalístico incomodou a emissora. Ainda de acordo com o colunista Feltrin, a apresentadora Carla Cecato, conhecida como a garota propaganda de Jair Bolsonario, deixou a Jovem Pan e não voltará à emissora. Já Cristina Graeml anunciou a saída da emissora na manhã de quarta-feira, 2 de novembro.

DIABO- Outra virada que a grande mídia registrou foi a do bispo Edir Macedo, que apoiou Jair Bolsonaro. Agora, segundo consta, ele fala em “perdoar” Lula. Em live nas redes sociais, o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e proprietário da Record TV ponderou: “Não podemos ficar com mágoa porque é isso que o diabo quer. O diabo quer acabar com sua fé, com seu relacionamento com Deus por causa do Lula ou dos políticos. Não dá, não dá, minha filha, bola pra frente, vamos olhar pra frente. Eu orei: Ó Deus quero que Bolsonaro ganhe. Mas seja feita Vossa vontade, sobretudo porque o Senhor é quem manda”. O líder da Universal acrescentou: “Lula supostamente ganhou segundo a vontade de Deus, mas quem ganhou fomos nós, os que cremos”. Durante o período eleitoral, a Igreja Universal do Reino de Deus publicou em seu site um texto com críticas ao PT e a Lula por tentarem se aproximar do eleitorado evangélico.

Depois da vitória de Lula, o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal,
que apoiou o presente Bolsonaro agora fala em “perdoar” o petista

BEIJA-MÃO – Como um assunto puxa outro, vale lembrar que Dom Demétrio Valentini, então coordenador das Pastorais Sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, presidente da Caritas Brasileira e membro do Colégio Episcopal Latino-Americano, foi escalado pela CNBB para integrar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, instituído no governo Lula, na condição de membro titular. Ao lado dele, empresários, lideranças sindicais e intelectuais. O órgão era consultivo. Vale lembrar também que em 2014, antes de participar de encontro eleitoral no Jales Clube articulado pelo vice-presidente Michel Temer, a então presidente Dilma Rousseff fez uma visita protocolar a Dom Demétrio.

Em 2014, a presidente Dilma Rousseff veio “pedir a benção “ do então bispo diocesano Dom Demétrio Valentini //Arquivo J.J.

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